quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Filosofia de Minha composição

Nada escrevo
depois de pronto
tudo leio
de partida

é gradual
a filosofia
sendo irreal
e minha
composição
de minha poesia

É pequeno.

desafio-te a ler algo
que nunca foi maestrado
é minha composição
não da teoria
é minha composição
minha composição vadia
e vazia.
Mas Minha.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Somos Arte

Quando olho ao céu
vejo não algo
mas Quem.
Não é azul
nem belo
o esmero
de mirar a imagem
miragem
do velho que observa meus rabiscos
sem notar os próprios riscos
formados no ato de tentar
tentar...
me interpretar.

Livre
Não sou Arte.
Sou?
Arte de arteiro
ou Arte de artista?
Ele sabe.
(o realista)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A (ir)Realidade

Represento hoje
aquilo que não
posso manusear

Um ideal maravilhoso
sendo repleto
de realidades diversas
que como ser
entenderei apenas sombra
e talvez represeta'o nível de nada.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Rimas de Sabet

Existe calamidade na maldade
é essa a realidade
canta uma Rima com desdém.

Existe o triste deletar
na mania de falar
canta de novo outro alguém.

Existe homem manfeitor
desumano sem pudor
canta a voz que vem do além.

Estão todos afirmando
e, sem notar, vão cantando.
Falta lembrar ao amém
que não basta cantar
de cantante por cantar
não lembrando de Dizer
esquecendo do falar.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Interpretações e confusões

Olá leitores,

Bom... Não sei nem como começar a explicar tudo aquilo que preciso esclarecer aqui...

Que tal começar do princípio?

Um belo dia (pra ser sincero, não me lembro qual) eu resolvi fazer uma loucura: criar um blog para postar todas as minhas poesias. Devo muito ao apoio da Luly, que me deu a idéia e vem me apoiando desde sempre.

Conforme fui postando, tive uma idéia infeliz. Qual? Pensei em fazer do meu blog uma poesia digna de interpretação.

Estranho, não é? Muitos devem estar achando que sou um louco, mas antes de começar os julgamentos, pedirei o direito de explicação.

Tente, leitor, interpretar o meu blog. Não as poesias que estão dentro dele, mas ELE, e observe o número de poesias publicadas. Não é estranho acontecer uma queda tão gradativa? Julho: 7 poesias, Agosto: 5 poesias, Setembro: 2 poesias e Outubro: 1 poesia.

Pois é. Sabe o quê este maluco que vos fala resolveu fazer? Uma representação viva da morte poética.

Alguns podem até discutir um pouco e dizer que a poesia não está morrendo, mas eu digo que está. Cada vez mais os jovens perdem o interesse e os poetas perdem o incentivo. Não é nada mais que uma maneira de protestar silenciosamente.

A poesia morre, assim como o número de postagens nesses meses morreram.

Tudo foi só mais uma das minhas obras, e, como todas as outras, espero que tenham gostado.

Muito obrigado e até o próximo post.

Pedro Freire

domingo, 5 de outubro de 2008

Os verbos da Gralha

Realizar
Orar
Gritos
De azar

Malhar
Falar
Palavras
Sem par

Ar...
Ar,
Ar.
Gritar
Poetizar
Parar.
Sufocar
Me calar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Anjos de Porcelana

Eis mais um dia nojento
Manhã de terror que finda meu tormento
Baque surdo que relaxa minha dor

Eis aqui o homem
Filho da impaciência e da desonra
Cria temporã e sem sorriso
Rosto liso de infiel
Lacaio frágil como papel
Rasgado pelas mãos vis da piedade
Cuspido pela boca suja da fidelidade
Espancado pela embriagues do amor

O que consola este homem
É saber que cada momento existente
Faz parte desta descrição desoladora
Portanto, chore
E que seu pranto negro lave sua alma.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Poética

Aos coros dos belos termos
canto poesia como, eu, conheço
pois verdade não toca freios
arreios
tão frios que amedrontam
tocam
o real poético sem meios
termos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O mal e a paz

São estes lábios doces
Que tantos músicos...
Belos cantos
Desconheço por opção tua.
Não que teu não me amedronte
Tão longe disso
Amas?
Acalma-me.

Aqui não há pedras
Nem eu motivos
Para apedrejar
O que existe é o desejo
Oculto
Que tenho de te amar.

domingo, 24 de agosto de 2008

Riscos

Hoje sinto o que ontem não havia
Em peito algum
Batalha de um sentido?
Nenhum
Viaje no todo
Amor é comum

Triste dele... Passou
Desigual
Banal
Seguindo. Leveza?
Rindo
De nosso corpo depredado
Ao passo que busca... Alguém?
Ninguém
Realizado

Tempo imaculado
Desleixado
Realiza a proeza
Deixa uma certeza
Pecado?
Imagine e responda
Já não cabe ao fim
Nem, tampouco, a mim.

sábado, 23 de agosto de 2008

Necessário

Eis a morbidez
De uma melancolia
É o principio
De um fim inexistente
Que carimba
Sem preceitos
Simples conceitos de vida

Nada mais digo

Apenas há uma filosofia
Morrer e necessário
E viver?
Alegoria

Sabe-se
Que nada mais farei
Pois se amor é ironia
Quero que me ame como sou
E não como seria

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Alarmes

Não quero mais ouvir este alarme
Que fez doer meus ouvidos. Que alarde!
Quero ficar na quietude do nada
Apenas apreciando o silêncio de seu olhar

Já sei o que fazer
Vou tentar esquecer
Do alarme que me faz sofrer
Só para ouvir os sussurros calados
E me apaixonar pelo seu cantar sem tom

Cala-te! Não quero ouvir seu grasnar
Peço que me permita apreciar seus suspiros
Sem o pecado do som
Ou a carnificina da língua

Pensando bem... Deixe o alarme tocar
Pois é o único modo de sobrepor seu alarde
E eu poder, enfim, apreciar
Sua beleza mímica, calada

Sem o vomito do A B C.

As mil garças

Onde estão aqueles sinos que soavam
No ribombar de meus sonhos?
Pararam por um instante
Ao ouvir tuas palavras
Doces...
Que me trazem ansiosas garças
E com o meu desejo conclamo
Tudo o que sinto por ti
Doce desconhecida

E por segundos
Se é que pode ser possível
É como se ouvisse o mundo parando

Ao meu redor não havia nada...
Apenas o mesclar de sonhos que ainda pairavam
Sobreviventes de infortúnios
E causa do amor
Como as mil garças que nascem de um beijo
E coroam o ar de lampejos
Rubros e meigos

Quem diria
Que isso tudo seria por tua causa?
Garota das aves
E gritos de dor ao amanhecer
Ainda pairam naquele sentimento
Esquecido (?)

Mesquinho amor
Que talvez ainda sobreviva em meu peito
Sob a forma mascarada de deleites
E saudades
Para sempre guardadas no momento
Que voaram garças sobre minha vida
Te amo

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sequer eu... Talvez alguém

Se quando dizem que não digo nada
Você ainda sorri com este desdém
Sequer sei os teus desejos
E nas viagens
Um além
Sinto-te
Espero-te

Eis os amores frios
Com as belezas de ninguém
É a marquise de um sonho
Que nem eu
Talvez alguém
Venha a conhecer
Sabendo... Ah sabendo...
Que ainda te amo.

sábado, 28 de junho de 2008

Final Feliz

Há tempos não me sentia assim
Como se fizesse parte de uma peça
Escrita com esmero e caneta de marfim
Coadjuvante de uma cena
Que para mim parece eterna
Mas na verdade não passa de um toque
Que ruma esbaldada pela emoção
Perseguida pela alegria
E dominada por toques de traição

Ah! Como é belo
O instante que participo do trabalho
E levemente saio
Levado pela foice do contra-regra
Para a saída da direita
Que ironicamente deixa a espreita
Aquele instante que participo
Os que me amam não se esquecem
E procuram melhorar meu segundo
Buscando, impacientes, até o fim do mundo
O segredo da Perfeição.

Incompreensível

Foges do meu ser idealizado
Lanças em meu peito o fogo que queima inocente
Minha alma chora lágrimas de sangue
E o sentimento some
Consumido pelo fetiche de amar

Do meu meio, tu foges
O meu verso não compreendes
E isso porque és tola
Doce e tola
Como Hera em seus jardins de esplendor

Se clamas meu nome, não ouço
Se reclamas meu peito, não sinto
E tudo porque estou morto
Falta de teu beijo remédio
Minto?
Fuja, pois quem fala é teu cadáver
Mas antes que o faça, pense
Afinal, como pode ser teu corpo que escreve
Sendo que é o mesmo que lê?

domingo, 22 de junho de 2008

Os Princípios da Beleza

Pesar irá minha dor
Com balança dourada e mesa de platina
E que depois espere a paz
Ao lado do que o fim representa

Amo a dúvida dos homens
Repúdio a certeza divinamente exata
Tenho espasmos inexplicáveis
Apenas para saborear o olhar vazio da medicina

Sinto o terror, a coragem
E a única rima que faço é para enegrecer a imagem
Pois também odeio a métrica da gramática
Sustentada pela hipocrisia da lingüística

Que consumam com a lógica
E vomitem suas línguas nuas e feridas
Pois é nas chagas que encontramos a beleza

Inexistente nos becos da estética

sábado, 21 de junho de 2008

Infeliz e Infeliz
Infelizmente feliz
Com felicidade do infeliz?
Feliz com a infelicidade de ser feliz

Feliz como sou, infelizmente,
Infeliz com a felicidade desse eu feliz
De feliz a infeliz com um taco
Como o rato daquele nó infeliz

Sai tranca infeliz
Quero sair e ser feliz
Deste quarto bruto e fechado
Quero meu caixão lacrado
Com as lagrimas de minha mãe
Depois de esquecer este infeliz

Enfim... Morrer feliz
Infelizmente.

Questões

O que é tempo?
Imagem... Reles
Vadiagem
Quem é tempo?
Rico... Berço... Linha
Pobre. Podre.

O que é morte?
Princípio? Fim?
Se souberes, responda por mim
Insisto. Viverei assim
Ignore
Respostas cuidadas. Vagas!
Desnecessárias. Anagramas.

Ainda não há o bastante para uma
Arte. Obra.
Basta?
Im... a... gens
Loucuras

Resume-se a nada

Pense em sentimentos
Quais sentimentos?
Seus momentos

Respostas simples
Chega o tempo
Traz a morte
Sentimento
Que te leva... Num momento

E tudo
É nada
O nada que é tudo?
Imagem... Reles
Criadagem.

Apenas para as Palavras

Ó palavras que me rodeiam
É como seu mestre que hoje clamo
Pois ao meu serviço estão. Sempre estarão.
E moldá-las-ei ao meu bel prazer
Preconizar, criar
Construir e desfazer.

Ó palavras que me dominam
É como teu servo que agora clamo
E em nome de tuas regras hoje reclamo
Meus direitos de como falante
Me calar.

Ó palavras que engrandeciam
Poesias de beleza sem par
Hoje imploro por teu poder
E que este desejo de realizar
Me mantenha teu
Como o poeta que sou
Tentando, por meio de ti,
Eternizar.