quarta-feira, 19 de março de 2014

Tato

Alguns dizem que não tenho tato
e que sou grosso
irritado
e me prometem, seja em gritos
ou em olhares calados
um fato que até hoje não falhou:
“Serás deixado no passado”.

Doce realidade, em que a verdade
não se demora confundir com vaidade.
Em que o impulso, o ímpeto
abre direto o alçapão
que te faz cair, sob pena de maldade,
o que não era mais que uma explosão.

E por que não?
Por que não se deixar explodir?
Por que não deixar sair aquilo que incomoda?
Para parecer príncipe, o sapo não pode coaxar.
Já que não sabe cantar, o que lhe resta para manter a cena
é o silêncio.

Acho isso uma pena.