segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sequer eu... Talvez alguém

Se quando dizem que não digo nada
Você ainda sorri com este desdém
Sequer sei os teus desejos
E nas viagens
Um além
Sinto-te
Espero-te

Eis os amores frios
Com as belezas de ninguém
É a marquise de um sonho
Que nem eu
Talvez alguém
Venha a conhecer
Sabendo... Ah sabendo...
Que ainda te amo.

sábado, 28 de junho de 2008

Final Feliz

Há tempos não me sentia assim
Como se fizesse parte de uma peça
Escrita com esmero e caneta de marfim
Coadjuvante de uma cena
Que para mim parece eterna
Mas na verdade não passa de um toque
Que ruma esbaldada pela emoção
Perseguida pela alegria
E dominada por toques de traição

Ah! Como é belo
O instante que participo do trabalho
E levemente saio
Levado pela foice do contra-regra
Para a saída da direita
Que ironicamente deixa a espreita
Aquele instante que participo
Os que me amam não se esquecem
E procuram melhorar meu segundo
Buscando, impacientes, até o fim do mundo
O segredo da Perfeição.

Incompreensível

Foges do meu ser idealizado
Lanças em meu peito o fogo que queima inocente
Minha alma chora lágrimas de sangue
E o sentimento some
Consumido pelo fetiche de amar

Do meu meio, tu foges
O meu verso não compreendes
E isso porque és tola
Doce e tola
Como Hera em seus jardins de esplendor

Se clamas meu nome, não ouço
Se reclamas meu peito, não sinto
E tudo porque estou morto
Falta de teu beijo remédio
Minto?
Fuja, pois quem fala é teu cadáver
Mas antes que o faça, pense
Afinal, como pode ser teu corpo que escreve
Sendo que é o mesmo que lê?

domingo, 22 de junho de 2008

Os Princípios da Beleza

Pesar irá minha dor
Com balança dourada e mesa de platina
E que depois espere a paz
Ao lado do que o fim representa

Amo a dúvida dos homens
Repúdio a certeza divinamente exata
Tenho espasmos inexplicáveis
Apenas para saborear o olhar vazio da medicina

Sinto o terror, a coragem
E a única rima que faço é para enegrecer a imagem
Pois também odeio a métrica da gramática
Sustentada pela hipocrisia da lingüística

Que consumam com a lógica
E vomitem suas línguas nuas e feridas
Pois é nas chagas que encontramos a beleza

Inexistente nos becos da estética

sábado, 21 de junho de 2008

Infeliz e Infeliz
Infelizmente feliz
Com felicidade do infeliz?
Feliz com a infelicidade de ser feliz

Feliz como sou, infelizmente,
Infeliz com a felicidade desse eu feliz
De feliz a infeliz com um taco
Como o rato daquele nó infeliz

Sai tranca infeliz
Quero sair e ser feliz
Deste quarto bruto e fechado
Quero meu caixão lacrado
Com as lagrimas de minha mãe
Depois de esquecer este infeliz

Enfim... Morrer feliz
Infelizmente.

Questões

O que é tempo?
Imagem... Reles
Vadiagem
Quem é tempo?
Rico... Berço... Linha
Pobre. Podre.

O que é morte?
Princípio? Fim?
Se souberes, responda por mim
Insisto. Viverei assim
Ignore
Respostas cuidadas. Vagas!
Desnecessárias. Anagramas.

Ainda não há o bastante para uma
Arte. Obra.
Basta?
Im... a... gens
Loucuras

Resume-se a nada

Pense em sentimentos
Quais sentimentos?
Seus momentos

Respostas simples
Chega o tempo
Traz a morte
Sentimento
Que te leva... Num momento

E tudo
É nada
O nada que é tudo?
Imagem... Reles
Criadagem.

Apenas para as Palavras

Ó palavras que me rodeiam
É como seu mestre que hoje clamo
Pois ao meu serviço estão. Sempre estarão.
E moldá-las-ei ao meu bel prazer
Preconizar, criar
Construir e desfazer.

Ó palavras que me dominam
É como teu servo que agora clamo
E em nome de tuas regras hoje reclamo
Meus direitos de como falante
Me calar.

Ó palavras que engrandeciam
Poesias de beleza sem par
Hoje imploro por teu poder
E que este desejo de realizar
Me mantenha teu
Como o poeta que sou
Tentando, por meio de ti,
Eternizar.