segunda-feira, 22 de abril de 2013

Colo do Pai

Eis-me aqui, filho.
Volto para a casa dos sonhos
onde sei que m'esperaste
por tanto tempo aí perdido.
Trago-te agora um sentido
para a crença que deixaste.

Sabes, filho,
em seu íntimo
que por mais que esta busca as cegas
possa fazer de teu prazer tão ínfimo
(mímese no próximo
muleta no amor)
não há busca mais a esmo,
pois ninguém é para ti indispensável
como és para si mesmo.

Não há morte, não há perda
que, cedo ou tarde,
não culmine na cabeça
levantada em estandarte.
Demonstrando, então, com arte,
que tudo um dia se supera.

Então agarra, filho, essa quimera
que hoje devora teu peito
pois se há alguém
para quem deves respeito
não há jeito, não há forma:
para respeitá-la
respeite-se primeiro.
Esse não te abandona.
Esse, não decepciona.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Rimas de dor

Quando me disseste que era o fim
com sua voz fria de marfim
gritei em desespero e dor
segurando em mim o pranto:
Te amo!
Te amo!
Tanto!

Assim veio o sofrimento
arauto de tormento.
Palavras e abraços ampararam...
Mas só por um ínfimo momento.
Te amo...
Te amo...
E tento...

Te esquecer mas não consigo.
Penso em teu corpo... Em teu beijo...
E sigo incurável neste ansejo
pois te amo
te amo
e te desejo

O caminho para a paz
e o fim de todo amor
está na escolha que se faz
então escolha seu valor.

Convenço-me hoje do que sei
E retorno agora à vida
Na qual fui outrora rei
Te amo...
Te amo...
Te amei.