quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Autoria

Risco um fósforo
e ainda em chama
apago sua cabeça
na página de meu livro.

Assinatura de esmero
aquela que deixo.

De minha autoria.

sábado, 20 de agosto de 2011

Paulo Leminsk

Algumas versões que fiz de poesias do Paulo Leminsk. São elas, respectivamente: Merda e ouro, Um dia vai ser, Um bom poema, Tudo que eu diga seja poesia.


Merda ed oro

Merda è veleno.
Tuttavia, non c'è nulla
che sia più bello
di una bella cacata.
Cacano i ricchi, cacano i poveri,
cacano i re e cacano le fate.
Non c'è merda che si paragoni
allo stronzo della persona amata.


Un giorno verrà

sui sentieri che prendo
un giorno verrà
ma non so quando.


Una bella poesia

una bella poesia
ci vogliono anni
cinque a giocare palla,
ma cinque a studiare sanscrito
sei a portare pietre,
nove a frequentare la vicina,
sette ad essere pestato,
quattro a camminare da solo,
tre a cambiare città,
dieci a cambiare l'argomento,
un'eternità, io e te,
a camminare insieme.


Tutto quello che dirò sarà poesia

mulino di versi
alimentato dal vento
nelle notte di bohème

verrà il giorno
in cui tutto quello che dirò
sarà poesia.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Canção de outono

Tradução livre do poema Chanson d'automne, de Paul Verlaine

Os soluços longos

dos violinos

do outono

ferem meu eu

sem apogeu.

Monótono.


Sufocantes... Sufocantes...

E distantes

são as lembranças

daquelas ânsias...

Que choram.


Sempre vou

nas tempestades

que me levam

daqui pra lá

de lá pra cá

como faz

com as

folhas

mortas

sábado, 9 de julho de 2011

A hora santa

É chegada a hora.
Tempo de noite, onde o medo mora.
O sino já chorou
choroooooouuuuuu
choroooooouuuuuu
marcando a hora
que m’encerrou.

Esta masmorra , só minha,
com grades de ponteiros,
cela infeliz e medonha,
conta a chegada d’um barqueiro que caminha
para me levar em sua viagem enfadonha...

É hora!
Já vejo a Morte, minha senhora,
(Sem... hora. Sem... hora. Sem... hora)
montada em corcéis de fulgor
munida de foices e relógios
que numa abaixada, seguida de ósculos,
carrega-me na calmaria de seus braços
para o calor-frio de seu amor.

E caminho
ouço fraco o sino que batia
marcando, no eco inconsciente,
o tempo que morria.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A vespa

Asa, asa, asinha, asa.
Zum, zum, zum zum zum
zum, zum, zum
zumzumzum

Bzz, bzz, bzz
bzz, bzzz bzzz
bz! Para... Senta...

Tsssssssssssssssssssss

Ficou esquecido.
Foi tão impreciso...
Que ficou na vez passada.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eis o dilema do Poeta

As palavras não bastam,




mas é o que tem pra janta